cada história ali posta
andante, em marcha
cabeça punho erguidos
conta o absurdo mais inglório
de um momento histórico que não cessa
cada corpo ali composto
construído
milhares de partículas de diásporas
desafia a cultura engessada
asco e aspecto da perversão humana
cada sangue ali corrente
atravessadas léguas de mares
em correntes
transmutado pela e para a violência
expõe a permanência da barbárie
macha e branca
cada uma ali presente
é o presente de outras
caladas, invisibilizadas
assassinadas, violadas
e é o seu avesso
a luta e a reversão
é a voz e a vez
o horizonte e o agora
o que há de ser
e será
cada ela ali aguerrida
é ela e tantas mais
coletivas, próprias
delas e para elas
em lutas que deveriam ser de todos nós
Coisa mais linda esse poema. Coisa mais boa essa luta.
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Transformar a densidade em beleza é uma parte das milhares de outras mais, necessárias para as mudanças – que urgem.
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