4123. super capitalismo totalitário

me pediram um poema doce
como suspiro e pão de ló
e o que veio foi esse conto em foice
a martelar a corda e quebrar o nó

que pendurava a morte

– a bicha tava que já não se aguentava,
pensava em morte todo dia, a morte.
até que não guentou e se pendurou
na própria morte, a bichinha.

antes saiu por aí a desdita
revigorada de vida, a morte
colada com uns parça sinistrão
que metia os loko nas quebrada
interplanetária do globalismo
antiglobal

a morte surfava e espreitava
chamava o guedes e dava uma dica
chamava os messias e rezava uma estória
e começou como falseamento
da lógica mais temerária

soltou fantasmas passados aos montes
e aos poucos
cada fantasma a trazer mais dezessete
trinta e oito
e deixar tudo no ponto do doido
fissura de crackudo
o cuco da história como o elemento definidor da antihistória

38, depois 48, depois 58 horas semanais de trabalho
no talo e com relho no lombo
e um sorriso brilhante olhando o quinto mandamento
insanamente
do alto do morro que desceu a morte
e aliciou as polícias da morte
para as milícias da morte

e um pib aumentando 0,6%

4 comentários em “4123. super capitalismo totalitário

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