Antes que seja tarde
e o infinito desande
em nossos ossos cinco
encarnações de vermes
Antes que o vento da Terra,
toque leve do invisível,
fique sincopado ao ritmo
do gás univeral,
poeira em movimento no cosmo
Antes que a beleza pouse fria
nos arabescos luminosos
do vão entre as folhas
Antes que a hora dos mortos
chegue tensa e o umbral da atividade
deite por terra seu manto negro
Antes que os pássaros
anunciem o pictórico
Antes mesmo que o latossolo
possa se assentar rubro e silencioso
por toda a extensão do planalto
Depois desse antes,
um pleno eu no agora