Sigo o curso das águas turvas e gélidas
Desse rio revolto de fontes intrépidas
Em que, às margens, as flores amarelas
Jazem murchas, tentando ainda ser as belas
Na nascente a paisagem é elegíaca
Onde uma musa ecoa cantos da Ilíada
E as divas abdicam de seus tronos
Entrando nos sonhos, profundos sonos
Reza-se nas antigas crenças lendárias
Que o rio termina numa queda de fogo
Banhando as divas em águas mortuárias
Molha o espiritual, deixando-no novo
Águas viram verdades hereditárias
Que fluem por caminhos sentidos soltos