Quando quero, posso lutar contra Polifemo
Dentro da Ópera de Pequim
Ou suportar milhões de címbalos
Tocando meus tímpanos até o fim
O que sou mesmo é o cimeiro
De toda a consonância
E meu condão é esse mesmo
Fazer da rima algo de suma importância
Mesmo que eu cometa concubinato
Com a língua portuguesa
Em meio a um cômpito, não vou ao caminho errado
Pois sou cônscio e meu clã e o afã da surpresa
Minha concupiscência
Não é apenas por sexo ou prazeres carnais
Também chego ao êxtase com a efervescência
Do mundo da poesia e seus literatos sinais
Quem ler isto pode até achar
Que se trata de um processo de auto deificação
Mas não, essa prepotência é para desarvorar
Minha vida diante de tanta deambulação
Devera eu quero ser como Dante
E em minha era debelar-me como Dadá
Fez anos atrás, um pouco antes
E dilucidar então, o que existe, o que há
Eu quero é diferençar-me dos outros
E criar a minha própria doutrina
Sendo díscolo, profano e louco
Sair do mundo da rotina e cair na vida da rima
Aqui eu acabo e abranjo a consciência
Coloco dois pontos ao ponto final e crio
Invento reticências
Diáfora? Não, metáfora, e é por isso que rio