Em cada canto do quarto vazio
Encontro um caco do quadro partido
Cada caco corta minha carne
Entalha o encontro em saudade
Pela porta a penumbra aponta
Como o curto cabelo negro da saudade que ronda
Colocando-me em pratos, recolho-me em sonhos
Onde escondo-me naqueles olhos castanhos
Na derme doce do semblante moreno
Deito-me defronte e divago no rosto ameno
Rodo louco nas linhas turvas da memória
E beijo a saudade, sendo o mais lindo da história