há lagrimas em minha alma
pois não quero abdicar
disso que me faz-te
e quando digo para sempre
faz-me ingênua criança
apegando-se a seu brinquedo
e as lágrimas escorrem
de tanto querer-te
como a mim próprio
de tanto almejar-te preservar em mim
como eu me mantenho
mas pareces que o que sinto
não apraz teu juízo (ou teus sentidos)
e o silêncio grita
e eu pego a tua mão
e aperto forte, como sempre
e tu, como na relação de força
que perpetuas, se indifere
e eu te olho muito tempo
e se indifere novamente
e eu me despeço de ti
desejando nunca mais fazê-lo
e o nó desata
e a represa cede e eu não olho pára trás
pois a alma não compreende
e com meus poucos dezoito anos
me sinto cada vez mais velho
e vejo-me um velho inexperiente
que turbilha o que sente
como se tudo fosse a primeira vez
– e é –
e não vejo a minha vida
uma vez que nunca a vi
e não sinto minha vida
uma vez que não senti
e me apego a tua vida
– como se fosse a primeira vez –
e me sinto em tuas mãos
– como se fosse eterno –
e me lanço a tua sorte
– dramático –
e tenho medo de dizer-te
imaginando meus dezoito anos
e tua face de não vai dar certo
e agora explodo e choro
e penso: devo parar a minha
existência ou acelerar meu tempo
até que meus dezoito anos
não mais peses?
até que minha alma
condiza com meu corpo
e um dilema, uma questão
um problema se apresentam
e não sei o que fazer
tento relaxar e gozar
mas meu gozo só se faz pleno
quando de tua presença
e tu questionas, problematizas
e não goza
e me aprisiona em ti
e parece fugir
e eu amando mais, te sendo mais
e com mais medo de que te assustes
e fujas realmente
e a lua me ilumina
e me mostra meu passado
e não me reconheço onde estou
e meus dezoito anos me pesam
qual quarenta
queria tanto que vivesses este amor
que não conjeturasse sobre o se
que não desdenhasses do que sinto
que me afagasses a face e o peito
que soubesses se amar
que entendesses minha loucura
que compreendesses que minha vida
é cinza e que tu a colores
e que aceitasses o meu amor
e quando disse que sonhou-me
eu explodi ainda mais
e mesmo trocando meu nome
eu explodo agora