Falar dessa solidão que me consome
Não me é de gosto agradável
E só me há ela agora
Mas maldizê-la é maldizer-me
É esquecer que a sou também
Um labirinto de paredes de vidro
É o que espelha a solidão que me é
Eu espelho becos sem saída
Dou-me voltas, me invento
Sou-me cada volta a mais, mas solidão
Perco-me nesse labirinto que sou
E só, o percorro me perdendo
Rumo a mais solidão que sou
Descubro-me perdendo-me em mim
Sou-me cada vez que me perco
Mais solidão