Qual a minha cor?
Pergunta a placa ao lado
Qual a saída:
Qual a sublimação?
Me lanço entre os postes
Me arremesso contra o meio-fio
Meu semblante de vidro
segreda o gosto amargo
Salvação?
Quem falou de salvação?
sabendo que o mar é
de fado, é de rocha
O vinho do descaso
sorvido na taça rasa
do amor morto
E no debruçar pela janela
o anseio da queda
(talvez do vôo)
Na queda invertida
se principia o medo
e o fado estridente
é tão somente
a gota de suor ácida
que escorre junto às
poucas lágrimas
melancólicas
(já mortas)