0459. De lixos

Os lixeiros trabalham escondendo
de nós essas tristes vergonhas
de nossas bundas, barrigas, bocas
braços e entranhas
de nossas soberbas e ganâncias
Somem com a troça do mundo
avesso da vida que é só um busca
Desaparecem com a vida
que é como o limbo que nossa vida ofusca
e a si produz sem dizer o que custa

Os lixeiros trabalham agora
e a cada verso que desgosto
surge mais matéria para o trabalho
vindouro dos lixeiros e para
o meu despertar poético de cedo

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