Existe um instante em que
as janelas da alma se abrem
descerram-se cortinas, deixam
luz entrar em todos os cantos
e pulsam não mais o segredado.
Existem momentos em que a
beleza surge no desnudar-se
arborícola de um outono
e vê-se a beleza não no ser nu
mas no momento da queda das folhas.
Existe um lapso que é como
um cafuné da vida: parece
nem existir e pessoalmente,
cá entre nós, surge no limbo
de uma caótica turbulência.
Existem esses existires.
Alegremo-nos pois.