este que parece ser outro
não é nada mais que o desejo
que está alicerçado sobre o poente
do que não se há de ser
mas que queremos veementemente
este que passa desapercebido
pelo imã entre nossos pólos
é aquele que não diz nada mais que o óbvio
e que fingimos não ver
como se fosse só uma sombra no escuro
mas hoje foi visto sentado em meio a nós
puxava meus pelos aos seus pelos
e minha pele à sua pele e queria o imponderável
da sobriedade num afã de bocas:
mostras de que o desejo é mais do que a existência