1423.

E eu insisto em partos sem rumo
EU engravido de um absurdo
Eu compro meias e faço tricô
Quando o nada vier, estará bem guardado

Eu insisto no nada

Sinto os movimentos dos braços
Sinto que não tem sexo ou gênero
Enjôo fácil e quero comer tijolo
Se eu não comer, meu nada terá cara de parede

E eu crio o nada

Aqueço meu colo e estremeço em dores
A bolsa estourou e o líquido é verde
Eu sinto que estou parindo com fórceps
Deformo-me o nada em minha própria imagem

Eu sou meu rebento

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