“Quanto mais se envelhece
mais os mortos se aproximam…”
Devo sair dessa toca
E procurar túmulo por túmulo
A minha morada
Meu corpo tenso pelas frestas de luz
Saindo do telhado e manchando
O chão de luzes empoeiradas
No Livro de Jô eu tive
O que saber
Talvez eu deva me guardar no
Mais ermo da Terra
No mais obtuso
Há de ser o que deve
Hades chamando para fugir do corpo
Uma condição em que moro
Num lugar em que matéria
É pouco para o desespero
Guardar minha memória
As mais intensas profusões
Ter consciência e não conhecimento
Do que ocorre no mundo dos vivos
Mas, ainda, uma dose me cabe antes…