Porque eu ainda me derreto?
Já vi todas as pistas nos seus olhos puxados
que me olham miúdo e se abrem ao mundo
Vi as possibilidades ali estampadas
e sempre o comodismo de outra situação
Vi que o desejo sempre foi apregoado
à cruz fincada na moeda da troca
ao que lhe desse mais para os cálculos do ego
E eu ainda me derreto.
Esqueço até da minha face de merda
e dos meus cantos com discos furados e empoeirados
Tentando rebolar ali pra você
como se no close entre as luzes da festa
pudesse submergir algum rasgo de vontade
e o embate enfim houvesse
E mesmo assim, nesse frio, eu me derreto inteiro!