Tenho a terra
e as mãos
Mas me faltam nuvens para
salgar as têmporas
e ânimo para o animal
sair do casulo
e tesouras para cortar essa
corda já não tesa
Essa corda que vibra em grave
tom ao breve tocar do ar
movimentado
Mas as breves vezes em que o
humano atrai mais que a
força de o domar
percorrem os sentidos
deambulantes em se fazer vozes
nas palavras
E ainda tenho a terra e as mãos
e as mãos sujas de terra
pelo movimento feito de tentar
içar o varal penso
e não esticado
que insiste em continuar tarefa louco
de ser mais que corda esticada
entre o humano e o além humano
Alta Floresta D’Oeste, RO.