espero o cais em que possa ficar
a impressão do tempo
inteiramente catando com os olhos
barcos e conchas e gaivotas
solto no atracadouro
jangada longe andando vento sobre a água
peixe tímido sorrindo vergalhões de
espinhas e escamas dentro do mar
toadas de sereias mareando a razão
um gosto de sal na pele
pelos eriçados pela peleja entre sol e ar
queimado de sonhos e lampejos
um som de ir e vir
água batendo na madeira
tão como
entender com o tato
o paraíso rodeando um estado de espírito
belamente simples
esse cais aqui dentro