2336.

espero o cais em que possa ficar
a impressão do tempo
inteiramente catando com os olhos
barcos e conchas e gaivotas

solto no atracadouro
jangada longe andando vento sobre a água
peixe tímido sorrindo vergalhões de
espinhas e escamas dentro do mar

toadas de sereias mareando a razão

um gosto de sal na pele
pelos eriçados pela peleja entre sol e ar
queimado de sonhos e lampejos

um som de ir e vir

água batendo na madeira
tão como
entender com o tato

o paraíso rodeando um estado de espírito
belamente simples

esse cais aqui dentro

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