A Terra gira trazendo consigo todos os dias
o nascimento de uma estrela
Gira até que a estrela morra
e seja enterrada no horizonte
para que noutras paragens de além-tudo
renasça novamente
Para que no além do fim do mundo
ela brilhe cada coisa em que possa pousar
Todo dia o mesmo movimento
que traz o próprio dia
Repetidamente a vagar em derredor
de uma estrela
a Terra gira
Gira
Gira em torno de si
em torno da estrela
dentro de uma espiral que se consome
dentro de um tudo que se explode
e que no fim dele mesmo
que não se pode ver ou sentir
já começa a se implodir
Incessantes giros
Dentro da Terra
cá eu com esses botões
girando em torno de mim mesmo
gravitando entre ocasos, crepúsculos e manhãs
dentro dessa que gira
explodo e implodo cada vez
que me passa um dia
girado entre uma estrela ou outra
qualquer