O espaço quadrante pelas torres digitais
geometricamente compondo o permear entre pontos
imensas curvas periféricas.
O espaço
fluindo concreto
(rio aprisionando a
quem o navega)
tem prazo de validade
até a permanência
da eternidade
beatificado nas sacolas
nas teses dos juristas
sortido alegre ardido de paixão
paixão homogeneizada
mass media de eucalipto
não existir paulatinamente
um espírito quando a dor entra e se perde
fazendo do futuro nenhuma continuação horizontal de expectativas
como se espera a paga
que apaga a dívida no banco
naquele abril quente
de fogo abrasado
pelo sorvete devido na parada de ônibus.
Fogo fato adentrado
em vias respiratórias outras
revoltas
naquele lugar onde as raízes se entranham
tórridas
ao que geneticamente se mistura inorgânico
que o artificializa
como se muros libertassem
parede espessa
prisão e piche.
O burro na calçada
(pra que pastar mato se os restos dos carrinhos de x-tudo são iluminados?).
Antigamente vendiam terrenos no céu hoje em dia financiam o céu próximo loteando
todo o espaço
vertical que o burro não nota posto que a azia o co-in-funde tapando-lhe os sentidos
tidos
dentro de algo que poderia ter sido um cérebro.
De dentro de feixes de tarde
portados em paus de
concretos, emaranhados
de arames bem atados
que me dispõem a mesma coisa
que são tal e qual imagens
ou
nós
amarrando os satélites
que despencam bolsas e valores
foices em seringas
que me curam
e me movem
pois me ouvem
ou me cobrem
feito a noite mortalha a tarde
que oculta meus ares impuros
a pornografia de um abril desfeito e quente
(a aldeia inteira arde as correntes
em abril!)
labaredas esquecidas e fé
mimético e mítico
pura religião sem símbolos.
A manhã tarda essa noite longa e banhada de humores e líquidos
gozo ao outro
liberdade de possibilidade
(noites fogos esquecimentos lugares)
que lhe retribuirá endiabrado
músculo tencionado e relaxado
perto da brasa
daí soltar os pavões:
a ilha de calor cândida
na armada brita
(células na argamassa
cimento e água)
rolar voluptuoso e sério
por uma noite sem vida pulsante
paz nos ossos dos orifícios.
Naquela noite naquele deserto naquele abril
a prosa
orquídea dengosa
insere-se
plug-and-play no usb 4.0
ralo dado no esgoto
minotauro – tarado – beija
o chão e chupa a manga
convencendo que labirintos
já não bastam como esgotos
roçam o espírito do prosador.
Espírito que queimará sempre
naquele mês de abril
longe de tudo
antes de todo ardor sucumbido
por musas que cercam e embasbacam.
Epírito que precisa aparar
pois que se enfeia
o real materialista
que ouve os vãos como os vôos silenciam
o espaço percorrido de céu
e ainda calam a realidade enfeitiçada
tão sólida
que ouve pouco
com aparelho
a um xamã prismado que canta sem voz
cativando portas e janelas
pisos que ouvem
quando houve a necessidade de se torrar as sensações.
Epírito que precisa aparar
pois que se enfeia
a telepatia cinza entre os mundos
infovias de comunicação quântica entre humanos
como um não-lugar se dá em outros
desconhecendo quadras, casas, conjugados.
Fixa o diluído chão
mobilidade castrada
(Aṣé, Vandana Shiva,
múltipla política terrena!).
Espírito que precisa aparar sempre
pois que enfeiam mesmo as mortes
fino fio que certifica a passagem ao inorgânico.
Até a beleza se dar em felicidade bela.
Iluminando.
Ao que se enquadra
(arranha o céu, veja)
foi ou será
todo o globo gleba utópica densidade medida
de restos e sons.
Como o que se transpira é cálculo
(ou arranha um céu visto de cima ou de dentro)
equação que precisa se errar
mesmo que seja apenas eterna
naquela noite de abril
ou por certo aquela velocidade
no espírito ou no ar.