são os rastros
a foto dos pés
a sandália virada
– desvira amor, dá azar –
o aconchego no pescoço
dentro daquele abraço maior de todos
e uma esperança logo de manhã
– “ele agora está mais firme
do que quando começou” amor –
as notas roucas e embaçadas
de sono logo pela manhã
água cai qual enxurrada
– pensa na casa, a moldura. muda a mesa de lugar? –
são os rastros
– amor, onde a vista alcança? –
a sua morada minha
a cama miúda marcada de sal
escalar as cordas rumo a imensidão do pescoço
em uma manhã ávida
– e há vida dentro e fora amor –
pulsam as coincidências do céu
dentro de um pano estendido no chão
– a gente divide as cadentes
e eu te dou todos os cílios amor
os desejos são sempre seus e o real é nosso
são os rastros
em preto e branco ou tecnicolor
os dois sentados
dentro da vida
– deixa estar tudo amor –
marco esse encontro
na foto que tiraremos debaixo da árvore do nosso quintal
rodeada de rastros
marcados em cada ponto em que plantarmos nós dois
saudade das suas poesias
bonito demais…
É que vem assim, uma scania, inspiração pelo que me acometeu, amor…