Andávamos de mãos dadas pela Lapa.
Cada esquina situava uma aflição dos outros:
onde me encaixo,
o que faço,
como me movo,
o que pertenço,
qual o modelo,
que ritmo é esse,
como se dança,
onde é que eu te encaixo,
quantos,
quantas,
me liga,
me fode.
Mas andávamos eu e ela de mãos dadas pela Lapa.
Cada passo junto um passo além.
Cada sacudida nas mãos um recado:
não somos loucos,
não somos poucos,
um pouco roucos,
olha amor, ela pelada,
veja meu bem, metralhadoras,
ali paixão, uma janela nossa nos espera.
E continuávamos andando nós dois de mãos dadas pela Lapa.
Cada beijo nos ombros entremeando um beijo nas mãos:
fica perto,
não aparta,
me abraça,
amor,
logo ali, a gente para.