bloqueios negros
pela orla
parece febre
40° sentidos e centígrados
centrífugos, pois a rede é descentralizada
areia quente
areia ferve
arreia e ferra e fere
arrobas e balas de borracha
e hashtags embebidos
em hashs binários e hashs racha-cucas canábicos
aproveita e liberta alguns cachorros
cativos
bloqueios negros
pela avenida
piratas imberbes
protagonizam o caos para as teletelas
por mesmo elas
pirataria e pirotecnia
matéria para comentários póstumos
da matilha de lobões em meio a carvalhos
gentílicos, gentis
gente anticomunista
e pró-consumista
consumada na nóia
e sem pedra
só pala
e algum pó
antipetista
a rede é uma imensa teia
toda hora te emaranha
tapa-se o sol com a rede
trança-se uma tanga com a rede
embala-se o sono dos injustos na rede
arrega-se da vida pela rede
arregimenta-se cacos políticos de dentro da rede
com o próprio nome
arrebatados, os prometidos da nave cristã
jesus de toca
tocando o coração das biqueiras
e zil zilhões com armas em riste enfrentando os sem lados do leviatã
nem de direita, nem de esquerda, nem de centro, nem de dentro
de fora e para fora
como um ego reflexo
meu bloqueio negro
monta campana e não dorme
não deixa que a matilha me arregue
“século XXI eu sei muito bem o que eu quero”
a rede te enreda
e se pá te escanteia
pra rebarba do canto do fim da feira
de dentro da teia
eu rezo a rede
e a oração é maldita
bendito seja meu bloqueio negro