tudo sempre circunscrito
em volta do seu umbigo
as mesas de bar flanam
por léguas de achismos
tão certos e imprecisos
“eu vi na internet”
“não lembro onde”
“talvez no face”
“li em algum lugar”
olvidam que o que
aprenderam nas aulas
de antropologia aplica-se
sempre a si e seu mundo
as mesas de bar burguesas
são relações socioeconômicas cegas
todos os outros são fetiches
para além de chicote e cinta-liga
a foice e o martelo da lida
além da vida, tem vida
os outros têm vida
as mesas, vazias
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