3268. Mãe d’água

Não cabe exaltação,
nem medo
Não palpitação desmedida
ou o apelo da agonia
prisioneiro da antecipação

Cabe a hipnose
o encanto calmo
da admiração

É ela que anda nas águas
descansa nas pedras
deambula no mar

É ela que é serena
que é a senhora
do que te destinar

Nas águas que a envolvem
no enredo de sua rede
o que te recobre
te prende e afaga

Se rende
abraça logo sua água

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