Das vinte e quatro que formam
as horas dessa rotação,
sete e meia passo ali
em frente à teletela
Uma e meia duas vezes,
ida e volta,
para ali e desde ali,
no trem
No meio disso, meia eu gasto
jogando alimentos na garganta
a seco
Quando em casa, oito eu durmo,
quando muito
Em média sete, com sorte
Normal seis, com luta
Um quarto com o cachorro
Um quarto passando roupa
Uma e meia desde a cama até a rua,
rumo até ali
Sobram quatro, cinco ou seis,
depende da insônia
Em que eu não sei quem sou
Mas é sempre esse piscar, acabando-as
Cinco dias dentro da semana,
mais dois que não vejo
Só pisco
E tudo assim de novo e de novo
Trezentos e sessenta e cinco ou seis
Décadas
O que tenho daqui para sempre