Há uma curva
no avolumado das águas
Diziam que por detrás dela
o abissal ganhava vida
na superfície das ondas
e toda a sorte de quimeras
destroçava naus e faluas
engolindo marinheiros
e vomitando rochedos
Tritões estrondavam
os mares, sereias rompiam
a cabeça de desejos
entalhando a loucura
E lá no fim, segredando
o profundo azul,
a súplica dos oceanos
se fazia ao último instante
desabando os fragmentos
restantes numa queda
sem fim dentro da noite
que envolvia a Terra
Por dentro do firmamento
toda água virava espaço
Trevas feitas de mares
Diziam
Era um mundo encantado
Sabiam