Fiz uma viagem
para além de mim
divagando obtusamente
um oceano de
identidades não mais
liquefeitas, mas rarefeitas
Não sei porque sorri,
ousei ossos para a
travessia e cumpri
metas esquisoanalíticas
– piscavam somaticamente
antes de as cumprir
Medi distâncias
do além de mim
dentro de mim
e fui perseguido
por botas e dedos
e ninguém quis afagar ou cortar
minhas bolas
nem eu ou a honradez
só a desfaçatez
Andei esses muros psicoides
com as mãos em bananeira
Rotas desencontradas
na perpendicular avessa
dos muros
– rotas que nunca vi
nem quando passava por elas
Rasguei minhas roupas
na travessia e me
atravessei para o além
de mim
de tão apartado que
andava comigo
apenas adentrei-me
Dentro era todo o além