Quando as sirenes passam
giroflex faiscando as margens da noite,
me pergunto:
serei eu?
Quando os helicópteros
sobrevoam rompendo o ar nenhum,
me acomete:
me buscam?
Quando as botas se aproximam
ecos em marcha em volume compassado,
me estremesse:
qual próximo serei eu?
Uma culpa em vestes de medo
sem culpa alguma,
mas a intuição que
frita as têmporas
e descama o dentro:
assombra o mundo
que me habita:
a liberdade é só um conceito transparente.