se eu pudesse ter duzentas vidas
para sentir o que sinto
e viver tudo o que me abarca
se eu tivesse trezentas chances
para construir o que me cresce
se eu tivesse quatrocentos peitos
para ousar todas as flores
se eu virasse quinhentos seres
para dignificar todas as possibilidades
se eu pudesse ser o que me habita
não seria o punhado que nas mãos
vira areia solta, grãos, fragmentos
seria o imponderável
onipotente como deus
que dá a graça de ser só isso
que anseia o espelho do espelho
além além além
do que é possível