Recuperar a solidão,
sentir as escamas da
deusa roçar.
Perceber a forma do
firmamento por dentro
da pele dele.
Ver a derme aerada,
branda, nuvem, espuma,
pluma de pomba branca.
Ter dimensão das próprias costas,
a firmeza, o cansaço,
a justiça umidamente em brasa.
Centelha divina
de gotícula de chuva fina
e torrente caudalosa de fogo em brasa.
Estar só para que não.
Sair das telas,
fazer de telas as lentes
dos óculos para a composição divina,
beyond HD.
Projeto de dentro para fora
o mundo que me invade de fora para dentro.
Meus olhos como enigma do divino.
Minhas moléculas que espraiam.
Adentrar,
Orun traz
a cá lentar
o Ayiê.