Dentro da caixa
apenas fios emaranhados
novelos embolados
nós,
cortes bruscos
retalhos
coloridos sinais
Alguns nós já cegos
não desatam mais
viraram cordões de macramê,
outros uniram pontas
secretas
os fios do passado
preenchendo os carreteis futuros
Outros fios permanecem ali
meio soltos
meio presos
meio tecido desfiapando
Tem esses fios que insistem
em ser ponta para uma costura
linha pra pipa
papagaio, pandorga
voo ao vento no céu de inverno,
o que liga as mãos
ao que voa ao ar
Não são fios emaranhados,
são bem conhecidos, soltos,
se puxar eles se vão
De quando, eu puxo
mas não tem fim
passam pelo todo
se aninham além novelos
dão o contorno solto
pelo todo do embolado
E são longos, firmes,
todas as cores
os mais visíveis
nunca acabam
O amor não tem fim.