Quando vem e somem
preguiçosas por mover a mão
ou esfumaçadas na semi-lucidez
da penumbra
Olhos cerrados
e as destemporizações
do inaudível
Os mais belos versos
dormem com meus sonhos,
inaudíveis além
Todas as interlocuções
alquebradas na alucinação
do princípio,
finalidade da realidade
Os cânticos urdidos
na esculhambação
embaciada dos horizontes
Só eu os ouvi
Mais que melodias
foram melanomas
manuseados pela mutação
do universo
a cada rajada
da artilharia dos céus
Silencia os sonhos
e só responde quando perguntado:
por que a verdade
é inimiga da realidade?