me pediram um poema doce
como suspiro e pão de ló
e o que veio foi esse conto em foice
a martelar a corda e quebrar o nó
que pendurava a morte
– a bicha tava que já não se aguentava,
pensava em morte todo dia, a morte.
até que não guentou e se pendurou
na própria morte, a bichinha.
antes saiu por aí a desdita
revigorada de vida, a morte
colada com uns parça sinistrão
que metia os loko nas quebrada
interplanetária do globalismo
antiglobal
a morte surfava e espreitava
chamava o guedes e dava uma dica
chamava os messias e rezava uma estória
e começou como falseamento
da lógica mais temerária
soltou fantasmas passados aos montes
e aos poucos
cada fantasma a trazer mais dezessete
trinta e oito
e deixar tudo no ponto do doido
fissura de crackudo
o cuco da história como o elemento definidor da antihistória
38, depois 48, depois 58 horas semanais de trabalho
no talo e com relho no lombo
e um sorriso brilhante olhando o quinto mandamento
insanamente
do alto do morro que desceu a morte
e aliciou as polícias da morte
para as milícias da morte
e um pib aumentando 0,6%
A cidade se chamava Paraíso, mas desta vez sua queda foi televisionada e quase ninguém chorou.
Algumas carpideiras sempre haverá, mas o gurufim que foi armado, homérico, entrará como um dos maiores porres da história.
Obrigada! Este texto é bem isso. Aproveito agradecer sua leitura de meus textos e desejar boas festas!!! Abraços cordiais!
A tua escrita tem muita força e densidade, leio-te feliz. Gratidão pelo feedback! Abraço!