4139. Névoa-nada

Entre embolar-se nos
lençóis do quase-nada
e o semblante betuminoso
dos poços d’olhos insones,
mora o quase-tudo
do eterno virá que
já plasma as têmporas.

As vozes-várias, variáveis
como vírus inclementes
apodrecendo o embornal dos sonhos.

Tudo se dita na cabeça
feita por el-es, ruim-bom,
anseia
anseia
anseia
antecipa
e decepa a cepa do
que sabe de si
e cria – na cabeça –
o mundo do eterno virá
no travesseiro da cama

três da madrugada

quase-nada.

Deixe uma resposta