Procuro a poesia perfeita
É difícil encontrar algo
Diante de tantas oscilações
Ainda assim procuro
Em becos sujos e fétidos
Em montes limpos e belos
Entre meninos de rua
E suas viagens de cola
Ou cupidos ameríndios
E suas flechas certeiras
Entre desigualdades e ambigüidades
Cercadas por uma pseudopreocupação
De todos os pseudo-incomodados
Assim como eu
Eu procuro
Fingindo não constatar
Que a poesia perfeita não existe
Pois esta nunca vai ser escrita
Por mãos humanas como as nossas
Rodeadas de tanta humanidade
A poesia perfeita é inumana
A poesia perfeita é uma flor