Há momentos em que o homem deve parar
Para fazer algo
Hoje parei e limpei o meu quarto
E por fazê-lo, limpei tudo completamente
Esvaziei o quarto e minha vida e minha mente
Pois já não há mais motivos
Para continuar a ser como antes,
Um louco errante
Agora estou limpo
Meu cabelo diminuiu
Minha barba cresceu
Meu teatro mudou
A temática é outra
Mas agora estou limpo
Meu passado e meu doente convulsionam
E não querem morrer
Sempre fui dois
Um são e um doente
Mas me limpei deste doente
E não mais tentarei sustentar
Este indivíduo insano
O qual lhe faltava tudo
Não mais sujarei-me em vão
Com aquele ser que sempre foi insão
E que dividia a consciência e a razão
Do ser limpo e são
Sinto agora apenas espasmos
Do ser que ainda tenta vegetar