o que faço eu aqui?
a luta já morreu
o amanhã não existe
agressividade…
a luta
as palavras são de ordem (ou tentam ser)
o ideal é válido
mas e a realidade?
esta perdeu-se em retóricas
uma longa caminhada
para um futuro circular
o fim iniciou-se a muito
os revolucionários?
estes nunca existiram
andamos por estradas privatizadas
há muito já reteram
o nosso direito de ir e vir
vermelhos…
a doce comédia humana
manifestamo-nos em prisões
cordões de domínio
o que reclamamos?
se somos frutos e motores do sistema
apenas peças de manutenção
risos falsos
ânimos ébrios
máquinas de pensamento discordante
fantoches
“eles” nos ensinam a nos revoltar
dentro do céu…
estamos dentro do céu
e queremos melhorias,
igualdade
ah, a doce comédia humana
um nada e um ninguém
dentro dos concretos modernos
linhas simples
que guardam outros fantoches
fantoches
alguns riem-se por fora
outros por dentro
ao meu lado
a segurança olha a cor reprimida
e não se enxerga reprimida
dentro da concreta modernidade
ah, eu me rio
do discurso retórico
da revolução social
e não sei o que almejar,
confesso.
tudo que qualquer um
acredita é ilusório
Babilônia queima em vida
o semblante concreto da humanidade
a fuga do sistema
ando a esmo em meio a turba de revoltos
mecanicamente
nada realmente importa!