sentado aqui eu e minha cerveja,
olhos mo observam
pupilas homos, íris heteros
pensam que minha alma as deseja
mas meus olhos se cegam
para tomos freudianos de Eros
cego-me a presença de todos
finjo-me estrábica inocência
e canso-me com tantos namorados
estão à volta, amores doudos
que só produzem mais carência
e ainda à volta, insistentes veados
por vezes, instintos tentam se apoderar
miro seis ambulantes
e nádegas passageiras
mas é só carne a se enxergar
e o flerte se cala às transeuntes
que não se aprazem de poéticas tendências
– e ainda devem pensar que sou gay