0277. Pombas

Ali, vejo uma velhinha muito pequena
De longe parece caber em minhas mãos
E colocando-as frente meus olhos, cabe
Ela dá farelo aos pombos
Ela como biscoitinhos de polvilho doce

Agora vejo duas velhinhas
Miúdas, pequeninas
– uma em cada mão –
Elas vêem-me e pedem informação:
“Esse ônibus… ele passa no Centro
de ceilândia, meu fio?”
“Passa não minha senhora, é aquele ali”
Respondo calmamente
Elas sorriem um riso
Que há tempos eu não via: “Brigada”

Em minhas mãos, duas velhinhas
– falam com pombos ao sorrir –,
Pequeninas: duas pombinhas
Arqueadas, esperam a saída

E junto a esse seu azul… uma paz:
Ah, ganhei meu dia

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