Hão de chamar-me louco
Hão de meter-me medo
Hão de silenciar-me o gozo
Hão de deixar-me só
Hei de flutuar na tristeza
Hei de gritar na loucura
Hei de tremer na frieza
Hei de sentir-me dó
Hão de deixar-me só
Hei de sentir-me dó
Há que se derramar o pranto
Há palavras que se pronunciam
Há estes silenciosos cantos
Há a solidão e a dor
Há a poesia que já não salva