Nós somos esses sonhadores
que insistem em não morrer
numa morte anunciada
em qualquer esquina, para
aliviar o desejo de consumo
do mala que quer ser burguês
Nós nos acendemos por entre
as gotas da chuva e
tentamos em vão ensinar
cegos a enxergarem as luzes
sem calor do mundo opaco
Nós tangenciamos a moda
pelo bel-prazer de a criar
a todo instante, gritando
e urrando de prazer em
frente de uma igreja evangélica
e umbandista
Nós nos permeamos entre o vazio
da velocidade da luz e
não ouvimos nossos próprios sons
Eu esvazio o peito
na busca do fenômeno do
esvaziar, seu ser e sua
existência
Nesse então compreendo a
subjetividade da conduta:
eu me esvaziei, vocês
fazem o que melhor lhes
couber.