pausa: pensemos.

“O livro, como um livro, pertence ao autor, mas como um pensamento, ele pertence – a palavra não é tão vasta – à humanidade como um todo. Todas as pessoas possuem este direito. Se um desses dois direitos, o direito do escritor e o direito do espírito humano, tiver que ser sacrificado, certamente o direito do escritor seria o escolhido porque o interesse público é a nossa única preocupação, e todos, eu vos digo, devem vir antes de nós.” (Victor Hugo, Discurso de Abertura do Congresso Literário Internacional de 1878, 1878)”

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5 comentários em “pausa: pensemos.

  1. “Para ele [Barthes] um escritor será sempre o imitador de um gesto ou de uma palavra anteriores a ele, mas nunca originais, sendo seu único poder mesclar escritas.”

    Lindo! Excelente texto dona mocinha! Creio que o debate é bem por esse lado mesmo, essa idéia de que as noções de autor e mesmo de direitos autorais podem estar vinculadas com as tecnologias disponíveis de publicação faz TODO o sentido… Valeu pela dica!

  2. Vc ia gostar de Hyden White e tb de algumas conferências do próprio Foulcault, especialmente “O que é um autor?” e “A ordem do discurso”, porque eles dois já reconsideram uma questão fundamental que vc citou no trecho do Barthes que é a “originalidade”. “Mesclar escritas”, “samplear” ou reordenar idéias elaboradas anteriormente por outras pessoas, para esses dois caras, são ações que guardam originalidade em si, na medida em que se considera as circunstâncias em que foram praticadas. É preciso considerar, para além do autor, o autor no “contexto” em que está inserido, diante dos elementos presentes no campo de possibilidades que se lhe apresentam no momento da sua produção. Essa nova perspectiva nos permite compreender de maneira mais ampla e menos “alarmante”, tanto fenômenos de uma época como Shakespeare ou a tal falta de originalidade ou inspiração que por vezes se imputa a determinadas gerações. Para fechar a triade, tem um sociólogo complicado e perfeitinho, o Bourdier. Esse sim, fez uma revolução na maneira de interpretar as formas de linguagem e originalidade da escrita diante dos novos meios de divulgação e publicação! Vc iria amar…E aí, topa o desafio?

  3. gostei dessas perspectivas que vc anda colocando… tava fazendo umas pesquisas sobre o copyleft que falávamos outro dia e li alugmas coisas interessantes, o legal é que o debate não é tão massante em termos teóricos, mas eu como bos moradora da amazônia ainda me preocupo com as questões relativas à produção econômica e o domínio dos conhecimentos ribeirinhos e indígenas que andam ocorrendo a solta por aqui. mas acho que isso é prum outro fórum… hehehe

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