2701. E é a última

arma o arco o tenso músculo
carga de seta em cúmulo
farta plena do anseio último

essa flecha lançada ao espaço
cessa no cume do que há mais alto
dessa alma comprimida no asfalto

finca na meta do negro fosso
limpa com palha de aço o dorso
ímpia parte do propulsor corpo

voa com a força de um braço teso
loa de um canto em garganta preso
soa como um corte do ar suspenso

uma flecha no tempo comprimido
ruma às paralelas do infinito
pluma de um corpo da terra banido

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