“Vai trabalhar, vagabundo
Vai trabalhar, criatura…”
era em tons de cinza que ele se erguia
na abóbada celeste
pois o sol estava uma tempestade só
em labaredas magnéticas
e a água que se condensava
vinha pacificamente de fukushima
todos torravam
mas aquecimento não havia
se havia era natural
e naturalmente o calor se suporta
um colar de suor em volta do pescoço
suor leitoso brilhando mcsódio e gordura trans
mas lá estava ele
o anarco-íris imponente
de fato, quase transparente
trans – não lgbt, infelizmente –
transgênico e frankensteinico
símbolo da aliança de deus com os homens
– só com os homens –
de que nunca mais a terra se afogará em dilúvio
ainda que implacavelmente
ela despenque em terremotos
exploda em vulcões
se alague em tempestades
se arrase em furacões
e que no fim, justiça e imparcialidade,
ardam eternamente em fumarolas de enxofre
rolando em espetos com satanás os fritando
todos os humanos impuros
era um belo anarco-íris gris
cortando o céu de fora a fora
sem pote, ouro, ou duende no final
alguns diriam que era a aliança do demônio com os impuros
enquanto isso deus repousava sobre toda a criação
e descansava no sétimo dia