cai o sol
cai a lua
sobe o sol
e a lua nem nada
desde quando eu sei
e digo que não
pra doer menos
mas a dor é feita pra isso
fragmentar a vida
entre lapsos
de apatia e não doer
e no limiar entre
o céu de ser dia
e o firmamento de caber
a escuridão que sempre há,
há essas manhãs
solitárias
de tecituras disformes
prova de que há
gravidade em cada leveza
e esperança em cada poro