caixa fechada de mármore
alvos entalhes num encarnado
quase arabescos desdelineados
parte caixa e parte alçapão
abri a tampa lá dentro meu olho
me olhou desde o infinito
meu olho agressivo equino
interminável e assustador me
olhou profundo eu me olhando
tapei a caixa légua e meia
a mão encaixando a tampa
meu olho inundado lá dentro
a caixa de mármore lacrada
o olho gritava ainda olho
não abri vivo cego então