há beleza no mistério
quando há mistério
as partes sagradas cobrem meu corpo
e eu profano cada átomo
nominando-os e criptografando
cá as mortes assomam
concussões nas esquinas, becos, vielas
dezessete corpos desde a virada
em média
há guerras e ganhos
e há o fascínio do divino
tornar sagrado, religar
como se algo não o fosse
e tudo não se conectasse desde sempre
feitio de fibras luminosas traspassando
o que vive, pedra, peixe, pau
cá nos envolvemos com o sangue
encanta e embeleza o açoite
d’antenas aos céus captando
jorrando e como naus, nós,
singrando oceanos de sangue, bêbedos
do barro ao bento
cada ponto de começar
condiz ao sopro que arremeteu o pó das estrelas
por cada ligação sem nome no sem fim
e deu a maravilha da expansão
de se ver desde esse ponto araçá
cá decapitam aos desígnios da beleza
pelos contíguos do poder
de poder, não ter, ter além
explodir tudo, até que só nos sobre
amém.
Depois de um poema que vai mais que além, as músicas foram o remate perfeito.
CurtirCurtido por 1 pessoa
Não as conhecia, descobri esses dias.
Confesso que essa coisa de escrever e sugerir músicas veio inspirado nas suas escritas. Você é muito boa nisso.
CurtirCurtido por 1 pessoa
O que mais gosto é que a canção surge naturalmente quando faço a busca pelo poema, acho que na música tudo também já foi dito. E, que bom saber disso Guilherme. Um abraço!
CurtirCurtido por 1 pessoa