ele não me olha mais nos olhos
desvia capoeira
fala daquilo de tudo de tanto
menos de nós
dos nós
do peito
da garganta
faz roda e arrodeia
ele passa incólume e atento
aos tempos
a tempos
rijo que nem pau de biriba
oco que nem cabaço de berimbau
malemolente
fica tudo lento daí então
maresia pousando no sertão
evaporada de um tanto
me largo na rede e balanço
sem pressa
enquanto tudo se apressa nos dentros
e aperta
e espero
ele vem num toque de são bento pequeno
e me passa uma rasteira
na dianteira do tempo
no adiantado do atraso
tudo acabado
mas a gente faz um novo crediário
longo longo prazo
a juros no correr monetário
da vida e do juízo
uma hora amor volta
atenção vem
a tensão vai
e ele fica
meu crer diário.