doce irmã
sei que já nos deitamos
entre sedas e silêncios
falando esse tato de sentir
e aprendemos a dimensão
dos corpos
aparamos a grama e as
arestas
e debruçamo-nos sobre
muros, intransponíveis
o verso dos ventos
nos deu de dorsos uma à
outra
e ainda assim somos
e permanecemos
soltas à inveja
das labaredas e flamas
que ansiavam nossa morte
doce irmã
as águas nos unem
pacto e laço
igarapé que somos
até dar no mar
destino certo das
vazantes que nos constroem