era uma beleza por um fio
de Ariadne
saia das mãos em finas linhas
tramas e mandalas
se ressignificavam no dorso
e transpassavam o umbigo
num ir e vir de segredos
morava um sagrado
uma constância com a mutação
e certezas diluídas
era um não sei quê
de tudo incerto
e charme até nos pés
uma coisa de interior
ainda que com ossos nas orelhas
é que havia singeleza
e calma
pausava atenção para ouvir
e deixava que adentrassem
mostrando os traços
e as cicatrizes
sofrera
como toda beleza
houve parca luz e só
contornos
no assustado da noite
entre a chuva
e uma varanda de existir
juntando cada fio
novelo de enlace
a madrugada dispõe
olho no olho